Competências Socioemocionais: como desenvolvê-las?

No canto superior esquerdo da foto tem o logo da Escoteiros do Brasil São Paulo em branco. Ao centro da foto há uma mulher negra cabelo curto e enrolado, penteado para cima e raspado na lateral direita da cabeça. Usa óculos de grau com armação preta e sorri com os dentes a mostra. Está sentada e apoia os braços e as mãos sobre uma superfície. Usa lenço escoteiro da nacional e camiseta azul marinho. No canto inferior direito o texto em branco Competências socioemocionais, como desenvolvê-las?

Por Bianca Krauze

Competências Socioemocionais: como desenvolvê-las?

O mundo está em transformação, e nós escoteiros trabalhamos para estarmos preparados para essas mudanças. Mas quantas vezes nos deparamos com escotistas e dirigentes com grande conhecimentos técnicos, mas com dificuldades em expressar esses conhecimentos? Ou lidar com conflitos? Ou, simplesmente, dificuldades em ser proativo? Erroneamente, as pessoas podem classificar essas lacunas em caixinhas simplistas: “é má vontade”, “ele não leva jeito com pessoas” ou até mesmo “ele não é uma pessoa legal”. Mas psicólogos, educadores e outros cientistas das áreas das humanidades trazem uma resposta diferente: todas essas dificuldades podem estar relacionadas a habilidades socioemocionais que foram pouco desenvolvidas ao longo da vida.

O que são competências socioemocionais?

Segundo o Instituto Ayrton Senna,  são capacidades individuais que se manifestam nos modos de pensar, sentir e nos comportamentos ou atitudes para se relacionar consigo mesmo e com os outros, estabelecer objetivos, tomar decisões e enfrentar situações adversas ou novas. Elas podem ser observadas em nosso padrão de ação e reação frente a estímulos de ordem pessoal e social. Elas são divididas em cinco macro competências e 17 competências:

Competências socioemocionais e a educação formal

Também podemos enxergar essas dificuldades vinculadas à importância da educação formal e ao tipo de estrutura social que ela fornecia para os alunos. Até o fim do século XX, a escola era dada como responsável pela maior parte da bagagem de formação dos alunos e o currículo escolar deveria contemplar (e se preocupar) com conhecimentos teóricos para fornecer uma mão de obra competente para preencher um mercado com poucos profissionais capacitados.

Com um mercado saturado em 2020, um bom profissional deixou de significar um profissional com apenas habilidades técnicas: todos ao seu redor, na sua área, tem os mesmos cursos ou o mesmo conhecimento sobre ferramentas e teorias. O bom profissional não faz apenas o seu trabalho de forma correta; ele consegue gerenciar conflitos, ser criativo em como conduz seu trabalho, sabe ser assertivo com sua equipe e colaborar para um ambiente saudável. Na educação formal, a proposta da nova Base Nacional Comum Curricular foi aprovada em 2018 e marca essa mudança estratégica no ensino fundamental e no ensino médio, com o intuito de conciliar habilidades técnicas com habilidades socioemocionais para a formação de um jovem mais crítico e apto a lidar com as transformações do século XXI.

Na educação não formal, estamos passando pela mesma transformação: cada vez mais escotistas são procurados pelos seus jovens para suprir demandas de ordem afetiva e social, assim como os dirigentes são questionados sobre suas habilidades com gestão de adultos e resolução de conflitos. Localizar uma informação de onde fica um distintivo ou quantos cargos são previstos em uma diretoria de unidade escoteira local é fácil. O difícil é entender as necessidades do jovem e ser criativo na mediação dessa conquista. O difícil é conseguir alinhar uma diretoria para que o grupo escoteiro cresça de maneira transparente, sólida e digna.

Como se aplica ao Escotismo?

É preciso construir com nossos jovens caminhos para que consigam administrar seus sentimentos, ajudá-los a ter ferramentas para lidar com pressão, medo, angústia, luto, estresse sem acionar mecanismos agressivos ou violentos. Para tanto, você, escotista ou dirigente, deve ter sido encorajado a explorar esses mecanismos ao longo da sua formação escoteira como adulto voluntário. A implementação das rotas de aprendizagem em 2019 foi um passo gigantesco para reforçar que não somente o cumprimento de cursos de habilidade técnica devem ser avaliados no processo de aprendizagem de um adulto. As rotas de aprendizagem valorizam o conhecimento prévio e comportamentos adequados que o voluntário deve ter para exercer um cargo específico.

 O curso regional de Gestão de UEL dos Escoteiros de São Paulo é um exemplo de curso que foi confeccionado para levantar tópicos como gestão de conflito, uso da comunicação não violenta entre adultos e jovens e o incentivo de novas tecnologias para gerenciar o grupo escoteiro. 

Recomendo por experiência própria, uma vez que esse curso mudou minha perspectiva em relação a mim mesma e em relação ao outro.

Bianca Krause

Autora

A sugestão nesse momento veio de fora do Movimento Escoteiro. O curso de Competências Socioemocionais do Instituto Ayrton Senna pode ser um primeiro passo para um despertar sobre o assunto. O material foi feito em parceria com Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e visa atingir educadores de todas as áreas que buscam entender mais sobre como essas habilidades estão sendo trabalhadas na Base Nacional Comum Curricular.

Ficou interessado? 

Conta também pra gente como foi o curso e o que você acha que muda na sua prática na UEL aqui nos comentários!

 

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