Aplicando a Inclusão Socioeconômica na UEL

Ao fundo da foto há árvores e um menino de boné, camiseta e bermuda com uma pipa nas mãos. Em destaque, um menino negro está de costas e segura com a mão esquerda uma latinha com fio enrolado. No canto superior esquerdo da foto o logo dos Escoteiros do Brasil São Paulo e o abaixo o texto: Aplicando a inclusão socioeconômica na UEL.

Por Equipe Regional de Inclusão

Um dos maiores desafios do Escotismo brasileiro atualmente é, sem dúvida, a inclusão socioeconômica na UEL. É fato conhecido por todos, em especial por escoteiros – cidadãos conscientes e ativos em suas comunidades -, que nosso país possui uma enorme diversidade de realidades socioeconômicas. Muitas das quais, em especial as camadas de menor renda, não têm acesso ao escotismo, seja pela ausência de uma UEL em suas comunidades, ou pelos custos envolvidos na prática do escotismo. 

Mas… Por onde eu começo?

Antes de tudo, precisamos observar alguns pontos: 

  • Práticas de inclusão não devem ser entendidas como assistencialismo, simples caridade ou favor prestado aos menos favorecidos por aqueles mais privilegiados. 
  • Diversidade e inclusão são conceitos caros ao escotismo, e são resultados de um processo educativo, sustentados em direitos humanos e políticas institucionais. Busca a equiparação de oportunidades para proporcionar uma inclusão efetiva e sustentável.
  • Todos esses conceitos são sustentados pela Política Interamericana de Diversidade e Inclusão.

Entendi! E em quais ações devo me apoiar?

Para assumir nosso papel ativo nessa missão compartilhada, primeiro devemos conhecer as ferramentas institucionais já disponíveis nos Escoteiros do Brasil. 

O Nível Nacional disponibiliza aos membros de baixa renda, a possibilidade de isenção de taxa de registro associativo. Ou seja, a gratuidade na taxa de registro anual aos membros que se enquadrem nos requisitos de renda familiar dispostos na resolução CAN 09/2020 (Art. 11)

Já a Região de São Paulo oferece desconto de 75% na taxa de participação de atividades regionais para associados isentos, diminuindo significativamente os custos de participação para esses associados. Até mesmo alguns distritos escoteiros em São Paulo, já conscientes de sua parcela nessa importante missão, oferecem possibilidades de redução ou isenção de taxas de atividades distritais dentro de suas possibilidades e realidades locais. E conscientizar as pessoas dentro do seu Distrito pode ser um ótimo ponto de partida! 

E como engajar a inclusão socioeconômica na UEL onde atuo?

Se ao Nível Nacional cabe facilitar o ingresso no escotismo por meio da isenção de taxa de registro, e à Região e Distritos Escoteiros promover o acesso a participação igualitária em eventos dos respectivos níveis, ao nível local cabe a missão de promover políticas de permanência para seus associados em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Seja essa uma situação crônica e prolongada da família ou mesmo para aqueles temporariamente impactados pelos efeitos econômicos da pandemia ou outros reveses do destino.

E dentro da minha UEL, como isso funciona na prática?

Entendemos que cada UEL é única em sua história e realidade local, e portanto as soluções devem ser adaptadas a cada contexto. Contudo, é possível traçar alguns perfis de similaridades entre UELs para buscar soluções.

Foto em ambiente aberto com árvores ao fundo e céu claro com algumas nuvens. À frente há um grupo de jovens e chefes em pose para a foto, usam lenços diferentes, camiseta azul clara, bermuda e tênis, há algumas crianças que não usam lenço e nem a camiseta azul.

Os perfis socioeconômicos das UELs e como promover a Inclusão:

Por exemplo, UELs que atendem comunidades majoritariamente vulneráveis, e têm em seus quadros grande quantidade de associados de baixa renda, podem encontrar dificuldades no envolvimento das famílias em campanhas financeiras. Dessa forma, provavelmente terá mais sucesso se buscarem parcerias permanentes com a gestão pública, editais de financiamento, organizações privadas beneficentes e campanhas permanentes, a fim de financiar a realização de atividades para todos seus membros, manutenção de seu espaço e aquisição de materiais de custo mais elevado. Inclusive, temos um texto aqui no Blog com algumas opções de como captar fundos para a sua UEL.

Por outro lado, UELs que atendem um perfil de associados mais favorecidos socioeconomicamente, também devem estar preparadas para acolher em seus quadros membros de classes sociais mais baixas. A inclusão socioeconômica nessa UEL, então, deverá ocorrer por meio de campanhas financeiras com apoio das famílias e jovens para finalidades específicas, como: reorganização financeira para absorver parcial ou integralmente custos de contribuição mensal referentes a membros que não possam pagar, e mesmo o estímulo de apadrinhamentos, doações e trocas de materiais.

Para fazer acontecer:

Para promover um escotismo para todos, é necessário desenvolver práticas inclusivas de qualidade, em uma missão de responsabilidades compartilhadas entre as esferas nacional, regional e local, bem como na prática cotidiana de cada associado.

Existem diversos caminhos possíveis para fazer a inclusão socioeconômica e cabe a cada UEL entender de forma sensível a realidade de seus membros e comunidades para oferecer possibilidades efetivas de participação para todos. Isso porque, um escotismo diverso e inclusivo, para além de belas palavras, é uma ferramenta sem igual para a educação de jovens, para o respeito à pluralidade, formação cidadã e construção de uma sociedade mais justa. Em 2021, o VI Mutirão Escotismo para Todos (Mutept) traz à tona essa temática, com fichas de atividades, lives e roda de conversa. Você pode conferir mais detalhes aqui

Essas foram algumas das dicas para entendermos nosso papel enquanto escotistas na realização de um escotismo mais inclusivo para jovens de diferentes realidades sociais. Precisa de alguma ajuda? Entre em contato com a Equipe Regional de Inclusão através do e-mail: inclusao@escoteirossp.org.br 

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Aplicando a Inclusão Socioeconômica na UEL
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