Como trabalhar diversidades na UEL

Do lado esquerdo da foto tem uma bandeira com arco-íris e na frente uma mulher com lenço do JamCam e lenço da Diversidades. No canto direito há um filtro em arco-íris com o texto em branco "Trabalhando diversidades na UEL!". No canto inferior direito o logo Escoteiros do Brasil São Paulo.

Por Alu Vieira e Benjamin de Castro

No mês de Junho é comemorado internacionalmente o Mês do Orgulho LGBTQIA+, pois marca a Rebelião de Stonewall de 1969 considerada o marco inicial para a luta dessa comunidade. Nos últimos anos acompanhamos os posicionamentos oficiais relativos à diversidades da WOSM e da Escoteiros do Brasil e que se tornaram ainda mais importantes ao trabalharmos as ODs da ONU em nosso programa educativo.

Pensando nisso, trouxemos algumas dicas sobre como se inteirar do assunto e passar a trabalhá-lo em suas atividades.

Por onde começo a falar sobre diversidades?

Primeiro é importante ter em mente que não é preciso ser expert em todos os assuntos do mundo, porém é necessário estar aberto a aprender e com isso entender que o erro acontece, mas que o importante é procurar corrigi-lo. Trazer o assunto para o seu dia a dia fará com que aos poucos você conheça mais e assim consiga transmitir o que aprendeu – e aprende – de forma mais natural para sua seção. 

A construção de um ambiente seguro para os jovens também entra no trabalho que precisamos desenvolver, principalmente quando pensamos que devemos liderar pelo exemplo. É possível criar atividades que abordem o tema de forma divertida ao mesmo tempo que informativas – por exemplo usar quizzes, dinâmicas, discussões, até mesmo atividades de correr ou se sujar. São em ações como essas durante a rotina da seção que criamos um ambiente seguro, acolhedor e de confiança com e para os jovens e é com esse clima que eles se sentirão à vontade para compartilhar seus sentimentos, vivências e problemas. Eles não terão medo de sanarem suas dúvidas, se sentirão mais livres para serem quem são e com isso vamos eliminando manifestações preconceituosas tanto no momento da atividade, quanto fora dela.

Também é bacana lembrar que não é necessário se sentir acuado de demonstrar que também tem dúvidas e não sabe de tudo, podemos aprender muito com os jovens e no final a maior mensagem que deve ser transmitida é o respeito a todos.

Além disso, existem alguns documentos que podem ajudar a nos dar a base para compreender o porquê pensar diversidade é importante para nosso trabalho como adultos voluntários no movimento e também em que ambientes e de que forma podemos aplicar esses conhecimentos, sendo eles, por exemplo, o documento de posição da WOSM sobre diversidades e inclusão no escotismo e as Diretrizes para Diversidade e Inclusão no Escotismo

Só podemos trabalhar diversidade em atividades?

Pensar diversidade na Unidade Escoteira Local não significa, necessariamente, apenas aplicar atividades em sua seção e sim o entendimento de que as pessoas são diferentes e que é necessário conviver e respeitar todas essas diferenças. O preconceito traz como significado o ato de julgar algo ou alguém sem conhecimento sobre o objeto de juízo, logo, podemos entender que o conhecimento é a chave para derrotá-lo. Então acolher e incluir toda e qualquer pessoa que venha a participar de nosso grupo é a coisa mais importante que podemos fazer quando pensamos diversidades.

Já busquei conhecimento, existem pessoas diversas no meu grupo, mas como acolho corretamente?

Um ambiente acolhedor é criado quando as pessoas que ali frequentam sabem escutar as outras, respeitando-as como são e como pensam e que todos sejam tratados da mesma maneira. E a consequência disso é a confiança que será criada entre as pessoas, seja entre você e seus jovens, seus responsáveis ou até mesmo entre escotistas, logo é possível que você tenha que lidar com certas questões que, principalmente os jovens, possam dividir. 

Por conta disso é importante lembrarmos que quando falamos sobre diversidade estamos pontuando questões extremamente pessoais, pois dizem respeito à identidade, à individualidade, ao caminho de descobrir quem somos para nós mesmos e quem somos para o mundo. Então entender que o respeito, não só para com a outra pessoa, mas também para com a sua privacidade é primordial. Vamos pontuar então um exemplo:

Um jovem da minha seção compartilhou comigo que é LGBTQIA+, o que faço?

Primeiramente, acolha-o, ele compartilhou com você por se sentir seguro e isso será, com certeza, fruto do seu trabalho construindo esse local para todos eles. Deixe claro que está tudo bem e que ele pode confiar em você. Então converse com ele, há alguma angústia que carrega por conta disso, algum medo? Alguém da tropa já lhe tratou mal? Sua família já sabe sobre? E com algumas dessas respostas você poderá traçar certos caminhos, além é claro do seu próprio tato em conduzir essa conversa. 

Analise a situação e o que você pode fazer com ela. Caso a seção esteja tratando esse jovem com preconceito,  comece a trabalhar mais esse assunto nas atividades e foque mais em  trabalhar a área de socialização entre eles. Se você é o primeiro adulto ao qual o jovem confiou em contar, entenda se ele pretende contar para a família ou outras pessoas e seja um suporte para caso a resposta seja sim, mas lembre-se, a responsabilidade de contar para quem seja é toda e completamente dele, não cabe a você expô-lo a ninguém, mesmo que seja a família, seu papel deve ser guiá-lo e apoiá-lo no que for necessário.

Essas foram algumas breves dicas para começarmos a entender o nosso papel enquanto escotistas em assuntos relativos a diversidades, mas caso você se interessou e quer saber mais sobre ou tirar mais dúvidas, na nossa região contamos com a equipe de Diversidades, que está sempre disposta a ajudá-lo.

Para entrar em contato com a equipe é só enviar um email para diversidades@escoteirossp.org.br.

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